Educação = “criar”, “Nutrir”. Qualidade = “Jeito de ser”. Logo, Educação de Qualidade = “Jeito de ser criado, ou jeito que alguém é nutrido/alimentado”.

Tendo em vista que falarei sobre a Educação de Qualidade, a partir de agora, me sinto premido a fazê-lo com diligência ainda maior do que a empregada em todos os outros artigos deste portal. Ao buscar a origem e significado da expressão, eu já tinha um pouco de noção sobre o resultado, afinal, aprecio o estudo de origem e etmologia das palavras. Muitas vezes somos surpreendidos com sentidos, completamente, distintos daqueles que esperávamos encontrar, ao realizar uma pesquisa. 

Tendo como base os significados originais da palavra “Educação”, não é difícil concluir o sentido alegórico dela, ou seja, “Nutrir”. Perceba que essa significação remonta como uma parábola a ideia de que o sistema educacional é como a mãe que amamenta um bebê recém nascido, ou um pai que ensina certas coisas a respeito da vida. A noção de que a educação seja como um alimento nos ensina muitas coisas, mas antes de falar sobre elas, vamos à próxima expressão.

A palavrra Qualidade, por sua vez, é como a figura de um método, ou critério adotado por alguém. Em suma, trata-se do jeito de ser. Ora, falar sobre Educação de Qualidade é uma alegoria que nos faz pensar o seguinte: “Jeito de ser nutrido”, “Jeito como alguém é alimentado”. Levando em conta que no mundo há vários alimentos, e cada um possui suas próprias características, concluímos que de igual modo ocorre com a educação, pois que há vários critérios e padrões educacionais que cada nação, cultura etc, podem adotar como sistema.

Se a mãe de um recém nascido estiver bem alimentada, seu filho aproveitará dos nutrientes do leite materno, e estará bem alimentado.

Sabendo que a Educação de Qualidade está, intimamente, ligada aos critérios e padrões adotados pelo sistema educacional, e que isso influenciará no crescimento do indivíduo, ao longo de sua vida estudantil, que tipo de padrões e critérios nós desejamos adotar para que as futuras gerações sejam, de fato, bem “alimentadas” e cresçam com boa saúde (firmeza no modo de pensar e agir)?

Utilizei a expressão firmeza como figura para boa saúde, porquanto o significado original desta expressão é “estado de quem está “forte”, “estável” ou “seguro”. O contrário de firmeza remete à enfermidade, que no contexto de saúde, se opõe, como modo de se referir à doença. Assim, quando Cristo cura nossas enfermidades, logo, Ele nos torna firmes, e por isso, em alegoria, o consideramos nossa Rocha, ou nosso fundamento. Repare, que se trata de Sabedoria superior à dos homens, afinal, quem é capaz de realizar tais comparações, se Deus não conceder?

Quando falamos da ODS 3, a qual se refere à Saúde e Bem-Estar, nós abordamos a saúde de modo mais abrangente e multidisciplinar, tendo como um dos pressupostos de uma boa saúde e bem-estar, a saúde mental. Perceba que a educação tem o poder de edificar ou destruir o homem, e tudo dependerá de critérios e padrões sistematizados e adotados nas escolas. Tais critérios e padrões é que determinam a sustentação do raciocínio e modo como concebemos o mundo, influenciando nosso modo de agir.

Não seria loucura da minha parte propor a seguinte parábola: “Se adoto critérios e padrões educacionais fundamentados em teorias e métodos já provados e reprovados, o fruto do meu trabalho não estaria, de antemão, reprovado?” Consegue perceber que para alcançarmos uma educação de qualidade, ou seja, um método, de fato, eficaz para formar gerações mais saudáveis mentalmente, e que pensem de um modo novo e edificador, antes, precisamos confessar que nosso modelo atual, não só falhou, como destruiu muitas pessoas que hoje vivem em conflito, angústias, incertezas, ansiedades dentre outros.

Qual é a fonte de todos os problemas?

Quem tem falhado na Educação, contribuindo para a formação de uma geração, mentalmente, tão doentia?

Seria muito fácil apontar dedos e identificar problemas nos outros, afinal, cada um de nós possui uma perspectiva única de ver o mundo. Ainda que venham ao mundo 2 gêmeos, que sejam criados pelos pais sob regras e tratamentos semelhantes (o que não implica que são idênticos). Considere que estes dois irmãos frequentem a mesma escola, estudem na mesma sala, ano após ano, e se formem no ensino médio juntos.

Porventura, estes dois gêmeos pensam de igual modo? Utilizam critério iguais na avaliação de conceitos objetivos? Amam e sentem de maneira igual? Acaso estes têm os mesmos gostos pelas mesmas comidas? Considerando que tanto o que vos escreve, quanto você somos homens médios (pessoas que se portam na sociedade segundo padrões “normais”), posso concluir que as respostas a todas as perguntas se resumem a uma só: “Não”.

Agora, ponderemos cada um em nossos corações: “É justo culpar um ou outro pelo fracasso educacional?” Desde a infância, não temos todos uma perspectiva de mundo diferente, e que esse ângulo diferenciado de visão nos faz concluir coisas objetivas segundo pontos de vistas e interpretações subjetivas?

Ora, não sejamos ingênuos a tal ponto. O fato é que não devemos impor conceitos e ensinar dogmas e doutrinas que foram moldados segundo um ponto de vista de alguém que, sequer, viveu para presenciar a bagunça que está o mundo. Deveríamos, antes de qualquer coisa, auxiliar nossas crianças e todos os que estão em processo de aprendizagem a discernir, sabendo, cada um, a respeito do que melhor lhe convém aceitar como bem ou rejeitar como mal.

E se alguém pensa que digo isso no sentido de que, antes, devemos ensinar o que é “bem ou mal”, oriento que repense sobre perspectivas, formas de interpretações distintas e conclusões diferentes, ainda que sobre algo objetivo. Digo isso, pois o próprio “bem ou mal” difere de pessoa para pessoa. O que eu reprovo, meu irmão aprova. Que concluirei? Estou equivocado, ou meu irmão está ficando louco? Bom, na prudência que meu Deus me concedeu, não julgo nem condeno meu irmão, para que não seja julgado ou condenado por aquilo que eu mesmo julguei.

“Bem aventurado o homem que não se condena naquilo que aprova”
Romanos 14:22

Por qual razão não nos convém julgar a outros?

Veja, todos nós somos livres para escolher nossos caminhos, no entanto, se nos perderemos, ou se ao final encontraremos uma linha de chegada e a coroa de premiação de vitória, dependerá de que ânimo temos em nossas ações, pois o caminhar é uma alegoria de nossas ações, ou seja, tudo quanto escolhemos fazer nos leva a caminhos distintos. Se tais caminhos são bons ou maus, ninguém o sabe, somente Deus. E ainda que alguém afirme, com veemência, que isso ou aquilo é, definitivamente, assim, tal pessoa deveria reconsiderar, afinal, pode surgir alguém que desconstrua seus fundamentos.

Note que, pessoas de “dura cerviz”, obstinadas e soberbas, agem com arrogância, mas não percebem que fazendo isto, transmitem a ideia de que são maiores que todos os homens. Porventura estou louco ao pensar assim? Se digo que algo é assim, e pronto, considero-me o dono da verdade, e se, com convicção, consigo convencer uma multidão, logo, em lugar de um, teremos muitos donos da verdade. No entanto, cada um de toda a multidão solidificará o que lhe fora transmitido sob determinada perspectiva, e assim, a suposta verdade perdeu, completamente o fundamento, porque na verdade não há contraditório, tampouco sombra de variação.

Que concluímos, pois?

Melhor é ensinar que todos devem desconfiar sempre de todos os homens e de si mesmos, pois não são poucas as vezes que somos conduzidos a concluir coisas inconvenientes e inoportunas. E alguém pergunta: Se eu não posso confiar em ninguém, como aprenderei algo? Se o leitor é temente a Deus, confie nele de todo o coração e mente, porque não é debalde toda a Sabedoria oculta naquilo que homens inspirados por Ele escreveram.

Todavia, a Fé não é de todos, mas ainda sim, creio que há um caminho mais seguro para quem não crê nisso que vos falo, a saber: “Quando a pessoa (não citarei nomes) que concluiu que a terra exerce força sobre os corpos, ninguém lhe contou, contudo, observando o próprio curso da natureza, anotou aquela lição, a qual até os dias de hoje não foi refutada.”

Sendo assim, retomando a noção do que seja bom ou mau critério/padrão a ser adotado, considero que deveríamos ser conduzidos a pensar segundo a liberdade que temos. Que ninguém diga: Isso ou aquilo é certo, contudo, isso e aquilo é errado. Ensinemos, pois, com exortações, ao ver que ação de um pequenino resultou em algo bom para o seu próximo e para o todo. Façamos advertências, se o resultado de suas ações é danoso, contudo, ninguém julgue a ninguém. Há um caminho, sobremaneira, melhor, ou seja, ao advertir, demonstre o bem que deixou de ser feito, ou, em lugar de ferir e causar dor em quem é repreendido, mostre a ele que o seu próximo sofreu dor e dano por aquilo.

Acima de tudo, sejamos compassivos e misericordiosos, uns com os outros. Se agirmos assim, seremos exemplos vivos de condutas admiráveis, e assim como quem sente misericórdia de seu irmão age como Cristo, as novas gerações que vos admirarem em sua boa conduta também vos imitará. Ora, se tu que é imitador do justo por alguém é imitado, logo, por meio de sua boa conduta, ganhastes alguém para Cristo. Eis aí um mistério, afinal, Cristo é manifesto pelo poder de realizar o que é bom.

Por fim, ainda há quem virá com múltiplas objeções, e a mim pouco importa. E se falarem: “Vejam, por um lado ele diz: não confiem em homem, mas afirma que imitar atos de homens é lícito.” Que poderia eu dizer a esse respeito? De mim mesmo, nada, contudo, segundo aquilo que Deus me concede falar, vos afirmo com toda a certeza: não há quem reconheça o bem como o bem, se o bem não está nele mesmo. De igual modo, não há que julgue algo como mal, se o mal não estiver nele. Tudo é puro aos olhos dos puros, no entanto, para o impuro, até o puro se torna em abominação.

E é tempo de nos alegrar, porque aprouve a Deus anunciar as boas novas por meio de gente insensata. Sim, em breve teremos Educação de qualidade, afinal, todos os que aprenderam, aprendem e aprenderão serão ensinados de Deus.

"Um mensageiro"

"Só posso reconhecer algo que, de antemão, conheci. Mas se ignoro algo, nego que o conheci, e por isso sobrevem o juízo aos que, tendo ouvido a verdade, rejeitaram-na, porquanto deram maior crédito à injustiça."

"Um mensageiro"

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